Projeto Crescer com Arte completa 1 ano, lança 2 cursos: Balé e Dança Russa
Alunos desses cursos ensaiam o Balé Quebra Nozes que será apresentado em dezembro de 2010, em Cambuquira. Simpatizantes podem fazer doações de roupas e acessórios para o Balé.
A Universidade Livre Keppe & Pacheco, incluiu mais dois cursos gratuitos no programa do seu Projeto Crescer com Arte, em Cambuquira, Minas Gerais: são aulas de Balé Clássico e de Dança Russa, que iniciaram as primeiras turmas com um total de 58 alunos inscritos, em mais uma oportunidade de contato com a estética.
Essas atividades materializam o objetivo do Instituto, através de ações do projeto STOP à Destruição do Mundo, de promover a inclusão social em cursos interdisciplinares através das artes aos cambuquirenses, e foram incorporadas às muitas outras já oferecidas gratuitamente, como os cursos de Piano, que tem 45 crianças e jovens em aulas regulares, o de Corte e Costura, que já formou 35 mulheres em 2009 e continua suas classes, o de Atendimento e Recepção de Clientes, que também deu formação a 34 pessoas em 2009, além de ofertar tratamento dentário, também gratuito, às crianças.
São realizados ainda Oficinas de Pintura e Artesanato de Flores, bem como eventos culturais com shows de música, dança, recital de poesias no Teatro Thalia do Grande Hotel Trilogia (GHT) no Festival de Artes, festas do Divino e do Dia das Crianças e Quermesse Junina.
Tais realizações consolidam o Crescer com Arte, que no dia 13 de junho de 2010 completou um ano de trabalho intenso na cidade, desde seu lançamento oficial, apoiado por amigos da STOP e uma equipe de voluntários que oferecem suas habilidades e serviços em prol do projeto e da realização deste ideal comum, fazer o bem ao próximo.
A realização de muitas dessas iniciativas também aconteceu pelo empenho em divulgar, envolver e ensinar as pessoas na cidade, feitos pela modelista portuguesa Lurdes Alcaide, que é professora do curso de Corte e Costura e de Artesanato e liderou várias delas, e do pianista americano, Gilbert Gambucci, professor das crianças das aulas de piano, em parceria com a Prefeitura Municipal de Cambuquira e seu prefeito, Evanderson Xavier, o Kaká, a Igreja São Sebastião e o padre Alexandre Costa Solaira, a APAE (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais), escolas, comerciantes, empresários e moradores da localidade.
Foi em 2009, durante a Festa do Divino que Cláudia Pacheco, a idealizadora do Projeto e presidente da STOP, oficializou no dia 13 de junho o início do Crescer com Arte com o seguinte depoimento, “É imbuída do sentimento da Festa do Divino, onde Deus Pai simboliza a verdade, Deus Filho, o amor, e Deus Espírito Santo, simboliza a arte, a estética, que gostaria de participar a todos vocês a inauguração aqui na cidade, do Projeto Crescer com Arte. Naquele momento disse que a meta era a formação de núcleos de música e artes plásticas. “Com esses movimentos, a cidade se tornará um centro de estudos de artes”.
Vale ressaltar que mesmo não sendo no formato atual, tanto as aulas, os projetos artísticos e a organização de festivais de arte começaram a ser oferecidos aos cambuquirenses no GHT desde 2004, realizados pela equipe de profissionais da Associação Keppe & Pacheco.
Balé Clássico, a base de todas as danças
Entusiasmada com a beleza e resultados do Crescer com Arte, desde abril de 2010 a bailarina Mariane Fernandez passou a integrar a equipe de profissionais voluntários, oferecendo suas habilidades ao Projeto no Curso de Balé Clássico, a base de todas as danças. Mariane está em Cambuquira quinzenalmente, aos domingos, para dar aulas de Balé a 35 alunos com idades de 5 a 12 anos, incluindo dez crianças especiais da APAE da cidade. Esse grupo já fez sua primeira apresentação no 7º Festival de Arte de Cambuquira, no dia 15 de julho de 2010, no Teatro Thalia do GHT e, em seguida, na Festa do Divino, dia 18.
“Percebo que eles estão aceitando e absorvendo rápido os conceitos do balé, desde a estética dos movimentos, expressão corporal e a suavidade dos gestos, inclusive incorporando-os aos hábitos pessoais, asseio, rosto limpo, postura correta e elegante”, observa Mariane. “Dá para observar isso na visão do conjunto. Os que absorvem mais rápido ajudam os demais. Outros não têm a postura de querer aprender, e sim, de desleixo, de atrapalhar. Mas, depois percebem pelos outros que, para melhorar e fazer bem feito eles têm que se esforçar e aceitam isso. No geral, o balé é um ambiente de muita competição e narcisismo e procuro mostrar o prejuízo dessas atitudes através dos conceitos trilógicos, apoiada nos ensinamentos e obras dos cientistas sociais Norberto keppe e Cláudia Pacheco”, explica.
Ela fala que seu grupo está interessado e envolvido com o curso e a assiduidade é alta. “Eles entendem o benefício que representa esse curso para eles. Gostam muito e estão empolgados, principalmente agora que começamos a ensaiar o Balé Quebra Nozes, do compositor russo Tchaikovsky”. O espetáculo será apresentado no Teatro Thalia, do GHT, em dezembro próximo, provavelmente dia 26, Balé de tradição de Natal na Europa, que poderá ser também em Cambuquira.
Quebra Nozes – história e equipe envolvida
O Quebra Nozes é um clássico do século 19 que conta a história de uma noite de Natal, quando numa festa uma menina ganha um boneco quebra-nozes pelo qual se apaixona, e dorme abraçada a ele. A partir desse momento ela passa a ter um sonho incrível, cheio de fantasias, que é encenado na peça.
Mariane conta que o Quebra Nozes será acompanhado do pianista e maestro André Torres, que está preparando a partitura completa do balé; da artista plástica Gisele Alcaide que fará o cenário junto com Ednilson Takara; de Lurdes Alcaide e da pintora Päivi Tiura que confeccionarão o figurino, e da bailarina Ângela Stein que está treinando a parte do grupo de Dança Russa do espetáculo.
Mariane tem formação de mais de dez anos de Balé Clássico pelas escolas Marili Venditti, Merce Cunninham Dance Studio e Centro Cultural São Paulo. Também fez experimentação do método do coreógrafo e bailarino Merce Cunninham e, desde 2004 realiza workshops e aulas de dança com base no método terapêutico da psicanálise integral, de Norberto Keppe.
“O que me encanta nas pessoas de Cambuquira é que elas prestam atenção às oportunidades que estão sendo oferecidas. Vejo isso nos pais e nas crianças que estão fazendo o balé, filhas de famílias muito simples. Algumas são muito talentosas. No caso da música clássica, por exemplo, muitas delas nunca haviam escutado antes e dá para ver que reagem como se entrassem em contato com outro mundo especial”, conclui Mariane.
O vigor e beleza da Dança Russa
A energia da Dança Russa encontra ressonância também nos alunos que estão freqüentando as aulas conduzidas pela professora Ângela Stein, do Curso de Dança Russa iniciado em 1º de agosto, com 23 alunos, e idades de 5 a 60 anos entre homens, mulheres e crianças. Os ensaios são quinzenais, aos domingos, no GHT de Cambuquira.
Na tradição dos tipos diferentes da Dança Russa – do Xale, dos Volteios, da Ramagem, dos Sapateados, Cossaca – os dançarinos expressam sua emoção pela dança que exige muito vigor. Os homens dançam em movimentos quase acrobáticos, mas de muita beleza. As mulheres capricham na graça e delicadeza de seus passos. E os dois se completam.
“Essa dança tem essa vantagem, pois cada uma delas tem histórias diferentes e exige personagens distintos. Por isso não distingue pessoas nem idades. Pelo contrário essas diferenças contribuem para construir o ambiente da cena, esclarece Ângela.
Mesmo no início do curso, ela percebe que sua turma está interessada em participar e gostando de conhecer um estilo folclórico de um país distante.
Na fase atual dos ensaios Ângela está em processo de criação da coreografia da dança. Eles estão ensaiando a Dança Russa de três músicas que integrarão o Balé Quebra Nozes, que será apresentado em dezembro. “Nossa participação nesse Balé será no ato das Bonecas Russas.
Ângela estudou dança russa durante onze anos, quando integrou o Grupo de Dança Folclórica Russa Troyka II, em Campina das Missões, Rio Grande do Sul, composto por descendentes russos. Formada em Design Gráfico pela Universidade Paulista, hoje trabalha na Millennium Línguas e Proton Editora, além de ser voluntária no Projeto Ação no Bem, da STOP.
Doações são bem-vindas ao Quebra Nozes
Como o projeto de apresentação do espetáculo do Balé Quebra Nozes é uma iniciativa dos voluntários do Crescer com Arte e os alunos destes dois cursos de dança são crianças e pessoas simples de Cambuquira, e até carentes, que não podem comprar as roupas necessárias, os que se simpatizarem por esse Projeto podem contribuir com doações de roupas cenográficas, fantasias, sapatilhas, collant, meia-calça, arranjos de cabeças e outros materiais .