Mercatrino encerra 2010 com balanço positivo mais de 6000 Trinos em trocas mercadorias de necessidade básica

Este número mostra como o Trino já contribui para complementar a economia doméstica das famílias cambuquirenses, em Minas Gerais, que trocam no mercado diversos itens da cesta básica entre outros.

Começo de ano é hora de conferir resultados, traçar novas metas. E, pelo balanço final obtido em 2010 pelo Mercatrino,  mercado social idealizado e promovido pela Associação Keppe e Pacheco e sua presidente Cláudia Pacheco, através dos Projetos Cambuquira e Crescer com Arte, está garantido para 2011 a continuidade dos trabalhos desta ação no bem.

Em cinco meses de funcionamento, iniciado em 1º de agosto passado, o Mercatrino recebeu dos moradores de Cambuquira, Minas Gerais, um total de 6043 Trinos, em substituição ao dinheiro, nas operações de troca por gêneros de primeira necessidade, vestuário, material escolar e outros. São itens que estão ajudando muito e assumindo na comunidade mais carente da cidade um papel de complementar a economia doméstica. Os mais de 550 quilos, entre arroz e o feijão, trocados por eles com o Trino são um bom exemplo de como este balanço motiva sua idealizadora, os coordenadores e voluntários a continuarem nesta iniciativa beneficente e sua organização.

Os trabalhos do Mercatrino são coordenados pelo administrador de empresas e tradutor Eduardo Castelã Nascimento, e o tecnólogo Edinilson Takara, também voluntários, mais grupo de apoio do qual Eduardo cita Lurdes Alcaide, Mônica Silveira, Marconi Benck, Gislaine Lyyra, Helena Goulart, Suely Delcorso Lopes, Mara Szankowski como as pessoas diretamente envolvidas na execução das tarefas, além de Nancy de Andrade, Mariana Lotufo e Celi Fragomeni que colaboram na arrecadação.

Trino é aceito por trocas de mercadorias, em grande parte doadas por parceiros.

Faça sua adesão ou doação pelo telefone (11) 3032-3616 ou pelo email contato@acaonobem.org, com Eduardo Castelã Nascimento ou Mara Szankowski, solicitando a lista de mais necessidades e outras informações, se desejar.

Mercatrino: quando e como acontece

O mercado funciona uma vez por mês na Casa Encantada, anexa ao Grande Hotel Trilogia (GHT), em Cambuquira, efetuando as trocas somente em Trino por alimentos que compõem a cesta básica, produtos de higiene e limpeza, material escolar, roupas, sapatos, acessórios, brinquedos, novos e usados. Grande parte do que é oferecido no mercado é doada por parceiros comerciais, amigos e voluntários que trabalham pelo ideal de uma sociedade mais justa, verdadeira e humana, defendida pela ciência da Trilogia Analítica, baseada nas obras dos cientistas sociais e psicanalistas, Norberto Keppe e Cláudia Pacheco.

Empolgado com o Projeto Eduardo diz, “acredito que até aqui o trabalho tenha sido exitoso. Todos os Trinos distribuídos foram para pessoas que, de alguma maneira, contribuíram para algo útil à comunidade do município e para todos os demais que por aqui passaram e viram os Projetos acontecerem na cidade, tanto brasileiros como estrangeiros, levando para seus locais e países de origem o verdadeiro sentido da Ação no Bem e do papel da economia”.

Para que este mercado social se materializasse de um ideal à prática, foram criadas frentes de trabalho onde o Trino é a forma de troca que os voluntários recebem pelos serviços prestados. E com esses Trinos eles fazem as trocas por mercadorias que precisam no Mercatrino.

O Trino é entregue aos moradores da cidade que se interessam em participar dos Projetos, realizando serviços comunitários voluntários voltados para o bem comum do próprio local e de si mesmos. Tais pessoas executam esses serviços na horta comunitária, produção de tijolos ecológicos, de artesanatos, oficinas de mosaicos, pinturas de azulejos, confecção de roupas e outras peças, organização e execução de festas tradicionais, como as do Divino, Quermesse, Congada, entre outros.

Numa análise do primeiro semestre de atividades, Eduardo observa que o maior desafio vencido foi justamente o da confiança. “Hoje as pessoas que participam do Projeto confiam no valor dos seus trabalhos, no poder em ajudar a sociedade e ser retribuída por isto psiquicamente, e, também em termos econômicos. Elas confiam no trabalho e no Trino. Pouco a pouco mais gente nos procura para aderir às frentes de trabalho para obter os Trinos”, explica Eduardo.

Trino: início, evolução e metas para 2011

Atualmente mais de 35 pessoas, de 30 famílias, recebem diretamente o Trino nas diversas frentes de trabalho que são desenvolvidas pelos dois Projetos.

A estréia do Trino aconteceu na Quermesse Julina na cidade, em 17 de julho último, realizada pela Associação Keppe e Pacheco no GHT, quando ele foi aceito como meio de troca em todas as barracas, – as de doces e bebidas típicos, brincadeiras, Brechó e Mercadinho do Bem. E, em seguida, na Festa do Divino do dia 18, com a distribuição de refeições, chamada de Bodo, como é conhecida na tradição portuguesa, para mais de quatro mil pessoas, a um Trino cada, o qual foi distribuído antes à população mais carente.

O último Mercatrino ocorreu no dia 27 de dezembro de 2010, sendo excepcionalmente o segundo feito no mesmo mês, o Mercatrino de Natal, somando-se a este um total de cinco Mercatrino no ano, feitos nos dias 1º de agosto, 5 de setembro, 11 de outubro, 14 de novembro e 12 de dezembro.  Além de Eduardo e do Edinilson, os eventos costumam contar com a equipe fixa e outros voluntários que vão de São Paulo para Cambuquira organizar e ajudar nas trocas, cujos números podem ser conferidos nas tabelas abaixo, junto com o fechamento total dos cinco meses de atividades.

Eduardo informa que para 2011 a meta é reduzir cada vez mais a dependência de doações e avançar com as frentes de produção de alimentos, tijolos, vestuário e outras ações, além de continuar com as produções artísticas para a sociedade cambuquirense.  “Isso não significa reduzir as doações, mas, sim, fazer com que mais e mais os produtos no Mercatrino sejam fruto do trabalho da população, bases extraídas dos livros A Libertação dos Povos e Trabalho & Capital”, de Norberto Keppe. A idéia, segundo ele, “é que as doações apóiem aquelas atividades ou pessoas que as frentes de trabalho ainda não tenham condições de suportar”.

Eduardo diz que a fábrica de tijolos está começando e com ela são dados os primeiros passos para ajudar a solucionar parte do problema habitacional dos membros dos Projetos. A horta comunitária e outras frentes de alimentos devem ser ampliadas em 2011.

Visite o site da Tijolos Ecológicos Trindade : www.tijolosecologicostrindade.com.br

Edinilson, o outro coordenador, acrescenta que, aos lembrar-se de mais três frentes de trabalho que ainda estão sendo implementadas, “existe também a possibilidade dos participantes do Projeto Cambuquira venderem suas próprias produções. Uma delas é a do sabão caseiro conhecido como “sabão de cinza”; outra são os biscoitos de nata e, por último, as canecas personalizadas. “Hoje temos encomendas de 18 canecas com pintura personalizada feita pelos alunos do Curso de Pintura de Azulejo, conduzido voluntariamente pela artista plástica Gisela Alcaide. “As canecas não são um produto disponível no mercado, mas poderiam ser em breve”, afirma.

Ele finaliza pontuando que, além disso, a Unidade Rebouças da Millennium retornará em março a promover os saraus artísticos e palestras, angariando um quilo de alimento não perecível como entrada, e repassando-o como doação e apoio ao Mercatrino.

Solução de vida para muitos

Um exemplo recorrente é como o de Márcia de Oliveira Rodrigues, uma das moradoras que trabalha nas frentes de trabalho dos Projetos. Ela contribui na organização e produção de materiais para as festas e também começou a trabalhar na fábrica de tijolos, depois de receber treinamento. “Este projeto está fazendo uma grande diferença na minha vida!”, disse Márcia.

E de fato deve estar mesmo. Eduardo informa que Márcia já tira, por mês, mais de cem Trinos, sendo 103 em outubro, 102 em novembro e 235 em dezembro.

Como ela há muitos outros casos, lembra Eduardo. “Só no Mercatrino de novembro, das 38 pessoas que fizeram trocas, seis recebiam Bolsa Família”.  Eduardo vislumbra no início da produção dos tijolos de solo-cimento uma oportunidade a mais eles. “Cinco delas já estão cadastradas e treinadas para a produção dos tijolos. Entre elas há pessoas desempregadas ou sobrevivendo de trabalhos não registrados ou temporários, além daqueles outros que possuem um pouco mais de condições e contribuem como voluntários”, finaliza.

Parceiros do Bem

Vários parceiros comerciais estão presentes desde o início e contribuindo com os Projetos de diversas formas:

– Associação Keppe e Pacheco – Comprou a primeira prensa de fabricação de tijolos de solo-cimento. Fez as doações dos locais da fábrica de tijolos e para realização dos Mercatrinos. Também participa na compra de materiais e mão-de-obra para construção da fábrica de solo-cimento; na cessão do local para instalação da horta comunitária e treinamento de agricultura orgânica para voluntários; na aquisição e doação de alimentos para os Mercatrinos, festas, eventos; no apoio em viagens para treinamentos e capacitações etc.;

– Escola de Línguas Millennium – Em São Paulo, a escola mantém nas unidades Rebouças, Augusta, Moema e Chácara, postos de arrecadação de alimentos, roupas, calçados, brinquedos, além de também fazer a própria doação de alimentos e a divulgação dos eventos promovidos pelos Projetos;

– Engemáquinas – De Belo Horizonte, MG, empresa de fabricação, montagem e manutenção de máquinas industriais, fez a doação de uma máquina trituradora de terra para a fábrica de tijolos ecológicos do Projeto Cambuquira. Também cedeu material e treinamento para produção de tijolos de solo-cimento através do seu proprietário e engenheiro, Frederico Marinho Batista e Silva;

– Supermercado Santa Luiza – De São Paulo, o mercado faz doações de alimentos para o Mercatrino;

– Voluntários – Além dos parceiros comerciais, são recebidas ainda diversas doações de tempo e recursos dos voluntários e amigos da Associação Keppe e Pacheco para viabilizar os Projetos.

Participe como voluntário ou parceiro em doações

É bem-vinda qualquer solidária participação, principalmente, doações de itens de primeira necessidade como arroz, feijão, macarrão, farinhas, café, achocolatado, leite, óleo, sal, açúcar, extrato de tomate e outros.

O envolvimento de todos é fundamental para o sucesso deste trabalho social. Os organizadores gostariam de continuar a desenvolver esses trabalhos e incluir mais famílias.

Faça sua adesão ou doação pelo telefone (11) 3032-3616 ou pelo email contato@acaonobem.org, com Eduardo Castelã Nascimento ou Mara Szankowski, solicitando a lista de mais necessidades e outras informações, se desejar.

Tabelas explicam os resultados 2010 do Mercatrino

 

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