Universidade Livre Keppe e Pacheco em parceria com APAE Cambuquira Ensina Instrumentos de Percussão e forma Banda Infanto-Juvenil
A seriedade do trabalho e compromisso social que a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Cambuquira, Minas Gerais, promove para mais de 140 alunos foram pontos decisivos que levaram a Associação Keppe e Pacheco firmar parceria com esta instituição desde março de 2010, através de sua Universidade Livre e o Programa Crescer com Arte.
Resultados positivos já podem ser conferidos nessa integração de ideais. Em pouco mais de seis meses já tomou corpo o desenvolvimento do Programa de Ensino de Instrumentos de Percussão e a formação de Banda Infanto-Juvenil com os alunos da APAE. Eles já se apresentaram em eventos da cidade como a Congada e a Festa do Divino. E no final de 2010 se apresentarão nas festividades natalinas.
O grupo é coordenado pela terapeuta ocupacional da APAE Cambuquira, Orelia Enriqueta Del Carmen Celedón Acuña da Silva e as aulas ministradas pelo professor voluntário, Alessandro Juarez Higino.
Desde outubro último, os professores da Escola de Línguas Millennium e músicos Fabrizio Biliotti e Markku Lyyra estão voluntariamente indo de São Paulo para Cambuquira fazer workshops, a cada duas semanas, para montar a Banda com as crianças e jovens cambuquirenses, mas pela experiência musical e terapêutica em Psicanálise Integral. “Essa formação estão evoluindo rápido porque o trabalho feito pelo Alessandro é fantástico!”, observa Fabrizio.
Ele ainda ressalta que “entre os vários cursos já proporcionados pela Universidade Livre Keppe e Pacheco, dentro do Projeto Crescer com Arte, temos a intenção de desenvolver um grupo musical estável aplicando ao ensino musical os conceitos da Trilogia Analítica”.
As aulas são realizadas no Teatro Thalia, do Grande Hotel Trilogia (GHT), as quartas e sextas, com várias turmas de manhã e à tarde, no espaço oferecido pela Keppe e Pacheco, bem como o uso dos instrumentos musicais cedidos de seu patrimônio.
Reconhecido por isso Fabrizio registra, “isso mostra que a Universidade Livre Keppe e Pacheco é bem ativa não somente por fornecer os locais, os instrumentos, o transporte de algumas crianças, mas pela força humana e a experiência musical”.
O objetivo conjunto das Associações é proporcionar aos estudantes uma atividade alegre, que tenha possibilidades de servir como meio para desenvolver habilidades musicais, psicomotoras e sociais, e ainda de oferecer um espaço de encontro, de convivência social fora da sala de aula, contribuindo para a socialização de todos os envolvidos, alunos e familiares.
Segundo a terapeuta Orelia, “além de ensiná-los a tocar instrumentos de percussão de diversas formas e a formar uma banda infanto-juvenil estável que represente as instituições em eventos, essas atividades também os ajuda a ampliar a percepção e agudeza auditiva, o gosto pela música de percussão, a melhora da coordenação motora como também a atenção e concentração deles”.
Professoras desses alunos da APAE também sentem os reflexos em sala de aula no comportamento dos meninos, na responsabilidade, na disciplina. “Em sala de aula tem ajudado porque pelo interesse de não faltarem às aulas, eles têm feito suas tarefas diárias com maior atenção e incentivo para poderem ser dispensados na hora da aula de percussão”, disse a professora Andressa.
Resultados conferidos
“Podemos relatar que o projeto estão dando mais resultados do que os propostos e esperados para este Programa em 2010 e ainda mais em termos de benefício pessoal: responsabilidade, relaxamento, diversão, respeito, cuidado e crescimento”, informa Orelia. “Os alunos menores se interessam tanto que até cobram suas aulas. Todos têm explorado os diferentes instrumentos e aqueles que têm um tamanho maior do que eles, até dão um jeito para poder alcançá-los. Sobem em cadeiras”.
Entusiasmado a terapeuta conta que o mais interessante é que os alunos aprenderam a tirar os sons adequados, buscam os ritmos e quando os descobrem todos seguem em ressonância. E continua a explicar que eles conseguiram aprender a escutar o outro, a se concentrarem, a se comunicarem em grupo.
“Percebo que isso resultou num excelente exercício bilateral para aqueles que apresentam uma paralisia unilateral, sequela de paralisia cerebral. Inclusive para um aluno que tem paralisia e ainda está em cadeira de rodas foi uma forma de fazer exercícios globais e coordenar membros superiores e inferiores dançando ao ritmo do som. Ainda melhoraram a conduta na sala de aula e na escola”, pontuou Orelia.
Os alunos maiores demonstraram que o interesse nas aulas os ajudou a superar problemas de relacionamento e conduta, a desenvolver habilidade pela música de forma que, até parece mágico como se transformam quando o professor os libera para tocar.
Orelia finaliza dizendo-se muito satisfeito com os resultados e a parceria com a Associação Keppe e Pacheco, o GHT, destacando “a insuperável condução, dedicação e competência que o professor Alessandro mostrou durante as aulas”.